Bom-humor

Num tarde desta semana, no estágio, meu professor/chefe parecia estar mal-humorado ou chateado com algo. Eu detesto quando as pessoas a minha volta estão assim. Quem gosta, não é verdade?

Foi um dia particularmente parado, não teve muita coisa para fazer. Aproveitei que tinha papel de origami na bolsa e foi tentar fazer algumas coisas. Procurei alguns moldes legais na internet, mas não estava inspirada, não saiu nada. Aí fiz um tsuru.

De Origami
Quando estava indo embora, fui na sala do professor me despedir e dei o tsuru para ele, que ficou surpreso e abriu um sorriso. Minha sensação foi de "ganhei a semana". O pássaro é uma coisinha tão pequena, tão simples, mas por ter sido uma surpresa, mudou o clima. Não só o humor dele melhorou, a expressão do professor mudou completamente depois do tsuru, mas eu fiquei feliz também de saber que algo que eu fiz melhorou o dia de outra pessoa.

Eu adoro dar presentes por isso, para ver as pessoas felizes, mudar para melhor o dia delas e, evidentemente, ficar feliz porque fiz alguém feliz.

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Uma situação parecida aconteceu há meses na casa do namorado. Eu estava lá, com meus papeizinhos coloridos, e ele estava arrastando corrente, ainda não sei por qual motivo. A cabeça dele chega parecia pesada pra mim de tanto mal-humor.

Sentado lá, do meu lado, eu completamente desconfortável (não sei como agir na presença de alguém enfezado), a TV ligada na nossa frente e eu sem conseguir nem ouvir o que ela dizia.

Lembrei dos papéis e fui buscar a bolsa.

Eu nunca decorei nenhuma dobra de coração, além da do marca-páginas, apesar de ter feito corações uma infinidade de vezes. Tentei fazer um mais elaborado, mas sem chance. Então fiz o marca-páginas mesmo e, ao invés de deixar um lado aberto para encaixar a folha, dobrei os dois.

Com caneta, um "I ♥ U" em um dos lados. Um leve cutução no ombro. Ele olha com cara de "vou comer o seu fígado" (mas não ia, claro, que o problema não era comigo). Eu estendo o pedaço de papel.

- O que é isso?
- Tó.
- Pra que eu quero isso?
- Pega!

E quando pegou, viu o que era (não sei quem é pior, o míope ou a hipermétrope aqui) e sorriu. O mal-humor nem passou completamente, mas as feições dele ficaram mais leves, ganhei um beijinho e o resto da noite, que o olhar de "chegue perto e eu te mato" dele foi embora.
De Origami


* As imagens aqui foram feitas hoje, para ilustrar o texto.

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